Stress ocupacional e inteligência emocional em assistentes operacionais : relações com o bem-estar e a satisfação laboral

Abstract

A presente investigação teve como objetivo explorar a relação entre a inteligência emocional, stresse ocupacional, satisfação laboral, bem-estar no trabalho, comprometimento organizacional e perceção de rendimento laboral em assistentes operacionais. Foi ainda analisado o papel mediador/moderador do tempo de experiência na função na relação entre a satisfação laboral e a inteligência emocional. A amostra incluiu 394 assistentes operacionais, maioritariamente do sexo feminino, com uma média de idades de 47,5 anos. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e correlacional. Os dados foram recolhidos através de um protocolo online, constituído por instrumentos validados para a população portuguesa. Os resultados revelaram que a inteligência emocional se associou positivamente à satisfação laboral, ao bem-estar e ao comprometimento organizacional, mas também ao stresse ocupacional, contrariando parcialmente as hipóteses formuladas. Verificou-se ainda que níveis mais elevados de stresse estão associados a menor satisfação, bem-estar, comprometimento e rendimento laboral. O modelo conceptual testado demonstrou que o impacto do stresse ocupacional e da inteligência emocional sobre a perceção de rendimento laboral é mediado por variáveis como a satisfação e bem-estar no trabalho. Estes resultados sublinham a importância da promoção de competências emocionais e de ambientes de trabalho saudáveis, capazes de potenciar o bem estar e o desempenho de uma categoria profissional sobre a qual existem poucos estudos.

The present study aimed to explore the relationship between emotional intelligence, occupational stress, job satisfaction, workplace well-being, organizational commitment and perceived job performance among operational assistants. It also examined the mediating/moderating role of job tenure in the relationship between job satisfaction and emotional intelligence. The sample consisted of 394 operational assistants, mostly female, with an average age of 47.5 years. This is a quantitative, cross-sectional and correlational study. Data were collected through an online protocol composed of instruments validated for the Portuguese population. The results revealed that emotional intelligence was positively associated with job satisfaction, well-being, and organizational commitment, but also with occupational stress, partially contradicting the formulated hypotheses. Additionally, higher levels of stress were found to be associated with lower job satisfaction, well-being, organizational commitment and perceived performance. The tested conceptual model showed that the impact of occupational stress and emotional intelligence on perceived job performance is mediated by variables such as job satisfaction and well-being. These findings highlight the importance of promoting emotional competencies and healthy work environments that can enhance the well-being and performance of a professional group that remains understudied.